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Projeto promove coleta seletiva em edifícios do Recife.

Matéria publicada no JC Online em 17/06/2009

Na cidade do Recife, uma parcela mínima da população realiza coleta seletiva do lixo doméstico. Para tentar mudar essa realidade, o antropólogo-urbanista Mark Burr vem implantando, em vários prédios da cidade, o projeto Edifício Ecológico, que tem como objetivo incentivar a reciclagem dentro dos condomínios.

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O Edifício ecológico surgiu a partir da dissertação de mestrado de Burr, defendida no Departamento de Desenvolvimento Urbano da UFPE, no ano de 2001 e intitulada As Motivações da População de Renda Média na Seleção Doméstica de Materiais Recicláveis do Lixo. “Eu não queria fazer outra tese para deixar na prateleira”, afirma o antropólogo. Com os dados na mão, ele concebeu a idéia do projeto, que hoje já é adotado por cerca de 80 edifícios na Região Metropolitana do Recife.

São duas as linhas de atuação do projeto junto aos condomínios: a primeira é o desenvolvimento de atividades de concientização, e a segunda é a operacionalização do sistema de coleta seletiva. No que diz respeito ao processo de concientização, são realizadas palestras e dinâmicas que envolvem moradores dos prédios, funcionários e empregadas domésticas.

No tocante às ações operacionais do projeto, são colocados em todos os andares dos edifícios duas lixeiras: uma para os dejetos orgânicos e outros restos e a segunda para o lixo reciclável, onde é depositado material de vidro, metal, plástico, papel e papelão. Segundo o antropólogo, a não divisão dos materiais recicláveis facilita o processo.

Na lixeira dos edifícios, os materiais recicláveis e orgânicos são separados em áreas distintas. O projeto tem parceria com a Associação dos Catadores de Lixo, que recolhe os materiais recicláveis. De acordo com Mark Burr, o Edifício Ecológico traz benefícios tanto ambientais, uma vez que reduz em quase 50% a quantidade de lixo geral os condomínios, quanto sociais, já que acaba por melhorar as condições de trabalho dos catadores. “Eles vão até os edifícios e já encontram o material separado, o que facilita o processo”, afirma.

Para participarem do projeto, os condomínios devem entrar com a organização. Normalmente, é cobrada uma taxa única que varia entre R$ 35 e R$ 50 por apartamento. A quantia é utilizada para a manutenção do projeto Edifício Ecológico.